sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Conquistar os Direitos sem descurar os Deveres





Há alturas na vida em que temos de saber defender-nos das imposições alheias, de um ponto de vista pessoal, não só psicológica e emocionalmente como fisicamente. Ao facto de sermos portadores de IDP acresce, muitas vezes, uma crescente sensação de necessidade de independência, sobretudo quando se cresce conscientemente com esta patologia.

Mas a nossa independência acarreta uma miríade de coisas para além da parte financeira ou da maturidade emocional. Ser um adulto independente implica também saber defender os nossos direitos, sem descurar os nossos deveres. Uma das grandes questões que tem sido trabalhada pela APDIP (dentro do possível), é a consideração e a inclusão da Imunodeficiência Primária na lista de doenças crónicas do sistema nacional de saúde português. Este é um direito nosso, mas tem sido descurado como tal e é injusto, porque esta patologia simplesmente "nasce" com a pessoa, desconhecendo-se as suas causas, e requer um acompanhamento constante e regular.

Porém, existe uma tamanha indiferença perante este pequeno grande pormenor, quer por parte das autoridades competentes, quer por parte daqueles que deveriam ser parte interessada no assunto. Para além disso, tenho a impressão que a maior parte das pessoas que são portadoras de IDP pouco se importa ou simplesmente resigna-se com a situação, mas por outro lado, há quem só olhe para os direitos e se esqueça que também tem deveres a cumprir, independentemente da questão/situação em causa.

Infelizmente, ninguém se dá ao trabalho de reflectir na importância de nos manifestarmos quando sabemos que alguma coisa é injusta e que podemos fazer alguma coisa para a modificar. É preciso analisar e procurar solucionar as situações que a vida nos apresenta, bem como ter em conta quer as decisões que tomamos como as que deixamos que sejam os outros a resolver.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Celebrar as Pequenas Conquistas





Olá!

Peço desculpa por ter descurado o blog, mas durante algum tempo não tinha sobre o que escrever. Hoje venho falar-vos da importância de celebrar as pequenas conquistas. E se esta máxima é importante para a generalidade das pessoas, para quem vive com uma IDP ainda mais. Referi num post anterior, uma certa frustração em não conseguir arranjar trabalho devido à sensação de que os recrutadores sobrestimavam as minhas capacidades por eu admitir que tenho uma IDP.

Acontece que, algumas coisas, acontecem mesmo quando menos se espera. Eu sei que um part-time não parece ser um grande feito, mas já é um ponto de partida. Quero com isto dizer que, na última semana, a minha vida adquiriu um novo rumo e comecei, finalmente, a trabalhar! E o meu cérebro mergulhou num novo turbilhão de emoções, desta vez positivas: a primeira sensação que tive foi um profundo alívio, depois incredulidade, depois um ligeiro entusiasmo. No entanto, ainda me estou a adaptar à minha nova realidade.

Isto tudo porque, sem eu ter mencionado a minha patologia, me deram uma oportunidade. A questão é mesmo essa: darem-nos uma oportunidade de provarmos o nosso valor, de mostrar-mos que somos capazes. E se eu consegui, vocês também conseguem; basta acreditarem nas vossas capacidades e confiarem na escolha que fizeram. É muito difícil sentirmo-nos adultos, mas o esforço compensa, sobretudo quando alcançamos os nossos objectivos por nós próprios.

Por isso, sendo portadores de uma IDP, não se esqueçam do mais importante: sejam honestos com vocês próprios, descubram e respeitem os vossos limites, mas procurem sempre conquistar os vossos sonhos, um passo de cada vez, e celebrem as pequenas conquistas. Ser feliz só depende de cada uma de nós.